Produtores de figo da Índia (tabaibo) lançaram uma petição “online” para que a figueira-da-Índia, semelhante a um cato, seja reconhecida como planta frutícola com interesse agrícola e económico para Portugal, disse à agência Lusa o mentor da petição.
Mário Nunes, que é também presidente da Associação de Produtores Portugueses do Figo da Índia (APROFIP) esclareceu que a petição tem o intuito de divulgar as potencialidades da planta e do fruto, potenciar a criação de pomares de figueira-da-Índia e, a médio prazo, conseguir o desenvolvimento de unidades de transformação do fruto, da palma e das grainhas.
A figueira-da-Índia, considerada uma planta invasora e característica das regiões semiáridas, já está a ser aproveitada industrialmente em vários países do mundo, sendo que, além do fruto, também a palma (folha) pode ser confeccionada como legume ou transformada em ração para animais e as grainhas podem ser usadas na indústria cosmética.
Mário Nunes estima que existam entre 120 a 150 hectares de pomar de figueira-da-Índia em Portugal, a maioria ainda em fase de maturação, que deverá ser atingida entre 2015 e 2016, altura em que cada hectare poderá render 15 a 20 toneladas de fruto, que pode ser comercializado fresco ou transformado.
A produtora algarvia Sofia Cabanita explicou à Lusa que o reconhecimento desta planta como frutícola facilitaria o acesso a apoios nacionais e comunitários à produção e, posteriormente, aos processos de transformação, industrialização e internacionalização.
“Dizem que a figueira-da-índia é uma planta invasora, mas não é”, afirmou a associada da APROFIP, frisando tratar-se de uma planta com propriedades benéficas para a saúde e que pode dar origem a vários produtos através do tratamento das suas folhas, flores e fruto.
A petição, lançada em meados de Janeiro e até hoje com 296 assinaturas, só poderá ser entregue na Assembleia da República se forem recolhidas quatro mil assinaturas.
fonte:lusa