Foi no Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, que decorreu o ‘Forúm Inovação Agroalimentar: Oportunidades e Desafios no Combate ao Desperdício’, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Neste encontro, promovido pela Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, pela Confederação dos Agricultores de Portugal, pela FAO – Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura, pela Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela INOVISA, estiveram em foco temas como: ‘O Desperdício alimentar: Um problema atual’, ‘Inovar para não desperdiçar’ e ‘Combate ao desperdício: um compromisso de todos’. Foi ainda apresentado o ‘Comissariado Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar’, iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, e assinado o Guia ‘Desperdício Alimentar – Um compromisso de todos!’.
Isabel Mota, administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, alertou para o facto de o pão, o leite e a fruta fresca serem os alimentos mais desperdiçados pelas famílias portuguesas e que o desperdício ocorre em todas as etapas da cadeia alimentar. Para alcançar a meta do desperdício alimentar zero, sugeriu uma sinergia entre as políticas e instrumentos de todos os parceiros.
A diretora-geral da Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor (APED), Ana Isabel Trigo Morais, sublinha que é necessário o apoio de todos para corrigir este problema: «desde produção, passando pela distribuição até ao consumidor final, a todos cabe assumir o seu papel nesta questão transversal com profundos impactos em âmbitos tão diversos como o ambiente, o económico e até mesmo a saúde pública».
Uma ideia partilhada pelo presidente da FIPA, Jorge Henriques, que sublinhou as consequências nefastas que a comida que vai para o lixo traz para a cadeia alimentar. Testemunhou ainda o papel da indústria agroalimentar nacional na redução do desperdício alimentar, em toda a cadeia de valor, tendo esta assumido, num sinal de envolvimento coletivo ao nível da União Europeia, contribuir ativamente para o desafio de reduzir para metade, até 2020, os desperdícios de alimentos que seriam próprios para consumo.
João Machado, presidente da CAP, avançou, por seu turno, que a produção na Europa tem «margem de manobra de progressão» e enfatizou a necessidade de uma política ajustada, por exemplo, a partir do novo Quadro Comunitário. João Machado avançou ainda que a CAP está a desenvolver uma plataforma online onde os agricultores portugueses com excesso de produção poderão colocar os seus produtos, de modo a que o Banco Alimentar ou as ONG e empresas possam ter acesso ao excedentário.