No ano passado, a balança comercial do azeite teve um excedente de 170 milhões de euros, reflexo do investimento feito em Portugal neste sector. «Na última década, Portugal quadruplicou a produção de azeite e triplicou o volume de exportações», disse Luís Vieira, secretário de Estado da Agricultura, na Sessão de Abertura do Congresso Nacional do Azeite, que teve lugar a 5 de Maio, em Valpaços. Em 2008, o défice comercial era de 50 milhões de euros.
O aumento de produção do “ouro líquido” em território luso, coloca Portugal como o 7.º produtor mundial de azeite e, na lista de exportadores, é o 4.º maior País. «O valor global da exportação de azeite atingiu os 434 milhões de euros em 2016», comunicou o mesmo responsável. Luís Vieira destacou que «o setor do azeite, que muitos consideravam não ter futuro, demonstrou – pela resiliência dos nossos olivicultores e empresários – que é possível inverter uma tendência de declínio, colocando-se na última década num patamar de reconhecida notoriedade».
A região de Alqueva, onde têm surgido novos olivais, bem como o apoio dos fundos comunitários foram razões apontadas para o crescimento deste sector. De acordo com comunicado de imprensa do Ministério da Agricultura, «entre 2007 e 2014, o Proder apoiou 4.000 projectos de investimentos, que envolveram um montante global de 700 milhões, a que correspondeu um apoio público de 290 milhões de euros». Mais se esclarece que «esta tendência mantem-se no Programa de Desenvolvimento Rural 2020 que, após um período de estagnação, já aprovou 559 projectos de investimento na produção e transformação, que ascendem a 159 milhões de euros, a que corresponde um apoio público de 59 milhões de euros».
A terminar Luís Vieira, desafiou os agricultores a investirem na «inovação e na qualidade diferenciada».
O Congresso Nacional do Azeite é organizado pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e, este ano, debateu temas como “azeite e saúde”, “sequestro de carbono no olival e pegada de carbono do azeite” e “denominações de origem e indicação geográfica do azeite”.