Um grupo de cientistas propõe-se a criar soluções para mitigar as alterações climáticas no âmbito da actividade agrícola, sem comprometer a segurança alimentar. De 16 a 18 de Março de 2015, mais de 700 elementos da comunidade científica, organizações, associações de produtores e organizações não-governamentais de 75 países encontraram-se em Montpellier, França, na Conferência Global de Ciência, para falar sobre a Agricultura Inteligente face ao Clima (CSA).
Para preservar o ambiente sem comprometer a segurança alimentar, os cientistas consideram que é necessário: envolver todos os elementos da sociedade; reduzir a barreira entre ciência e política; e encorajar o contacto entre os agricultores e os cientistas, para que «as transições necessárias ao nível da actividade agrícola sejam implementadas tendo em conta os desafios dos próximos anos», diz a organização.
O encontro visou definir agendas de investigação globais e regionais que promovam o cumprimento destes objectivos. «Falhar em alcançá-los reduziria ainda mais a segurança alimentar e degradaria o clima», comentou Jean-François Soussana, director científico para o ambiente no Instituto Nacional para a Pesquisa Agronómica (INRA) e presidente do comité científico da conferência.
Na conferência, o ministro da Agricultura, Alimentação e Floresta francês, Stéphane Le Foll, anunciou que o país vai subsidiar um projecto de investigação internacional que se debruçará sobre a degradação dos solos e o processo de sequestro de carbono no solo.
A CSA gira em torno de três pilares: a adaptação, a mitigação e a segurança alimentar. O conceito foi lançado em 2010 de modo a mobilizar cientistas e a comunidade em geral para o impacto que as alterações climáticas têm na agricultura. Os cientistas pretendem identificar quais são as questões que serão centrais dentro de duas décadas, de modo a dedicar-lhes mais atenção e procurar que se invista na pesquisa de soluções.
Actualmente, 87 organizações, países, empresas e associações fazem parte da Aliança Global para a CSA – grupo cujo objectivo é possibilitar que cerca de 500 milhões de agricultores no mundo inteiro pratique este tipo de agricultura. Nem Portugal, nem qualquer entidade de nacionalidade portuguesa fazem parte desta lista.