A Fnac do Chiado, em Lisboa, viveu um final de tarde animado no dia 30 de Abril. Agricultores, investigadores e grande distribuição juntaram-se na primeira edição das Tertúlias Agronómicas, promovidas pela Frutas, Legumes e Flores (FLF).
O público em geral congratulava-se por ver a agricultura discutida num espaço pouco habitual, enquanto João Afonso nos brindava com três temas. Verdes são os campos, Que amor não me engana e Aqui em baixo foram as canções que deram início ao «debate franco de ideias», como disse João Pereira, director da FLF.
Augusto Mateus foi um dos convidados da sessão. O economista referiu que «mais do que atrair população para o interior do País, é preciso existir um povoamento equilibrado». Na sua intervenção comentou ainda que a agricultura e o agro-alimentar são os sectores «que lideram a economia do conhecimento. Já não se faz vinho a pisar a uva. Há muito conhecimento».
O presidente da Jerónimo Martins Agro-alimentar, António Serrano, alertou para os investimento feitos na agricultura. Após um período em que a agricultura «foi desvalorizada» agora voltam-se muito jovens para este sector mas «é preciso ter em atenção que este é um sector de investimento». «Só resiste aquele que vier com a perspectiva de ficar na agricultura».
E se quando esse é o caso, em Idanha-a-Nova «há um mundo de oportunidades», sublinhou Armindo Jacinto, presidente daquele município beirão.
A última cadeia da agricultura é a comercialização dos produtos. Aqui a organização de produtores (OP) é essencial. Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, comentou que «sem uma OP e associativismo não temos dimensão para conquistar o mercado». Manuel Évora sublinhou ainda que os ingredientes nacionais na receita de sucesso das exportações de frutas e legumes (em 2014 o sector exportou 1100 milhões de euros) são, entre outros, a «segurança alimentar e a cor, aroma e sabor do que é produzido em Portugal».