Os agricultores da Serra da Padrela, distrito de Vila Real, queixam-se de «quebras brutais» na produção de castanha devido ao clima atípico. Uma situação que preocupa muitas famílias que obtém desta produção a única fonte de rendimento.
Os produtores falam de um «cenário desolador» que afetou principalmente as zonas mais altas e frias da região. A causa está no clima instável que se sentiu neste verão, com dias frios e de nevoeiro, intercalados com calor.
«A situação está complicada. Não há castanha. Nós praticamente só vivemos da castanha e temos esta calamidade», afirmou aos jornalistas António Maia, 66 anos e agricultor de Vilarinho do Monte, na freguesia de São João da Corveira (Valpaços).
No ano passado, acrescentou, colheu cerca de «20 mil euros de castanha e este ano se fizer mil euros de castanha já é muito».
Ao seu lado, dezenas de outros produtores queixam-se também de «quebras brutais», na ordem dos 90%”.
«Na parte mais fria temos situações de perda de 100% na produção», afirmou o presidente da junta de São João da Corveira, Hernâni Sousa.
A Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela estende-se por cinco mil hectares, estendendo-se por freguesias de Valpaços, Chaves, Murça e Vila Pouca de Aguiar.
Nesta zona, segundo o autarca, a produção média anual de castanha ronda os «cerca de 10 milhões de quilos de castanha» o que representa um volume de negócios de vários milhões de euros.