O Parlamento Europeu aprovou a 13 de Abril, uma proposta de resolução no sentido de a Comissão Europeia renovar a autorização de uso do glifosato, substância activa herbicida. Esta proposta de resolução defende que a Comissão Europeia deve renovar a comercialização do glifosato para sete anos, em vez de 15, e apenas para utilização profissional. Os eurodeputados solicitam agora uma revisão independente e a publicação de todas as provas científicas que a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) utilizou para a avaliação do glifosato.
A Anipla (Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas), que se congratula com o resultado da votação, indica em comunicado que o próximo passo consiste na «votação, em Maio, do Comité Científico competente [Comité Científico de Plantas, Animais, Alimentação e Forragens], que aprovará ou rejeitará a proposta da Comissão, por maioria qualificada». Caso tal não aconteça, «caberá à Comissão Europeia tomar a decisão final».
Na sequência desta votação favorável, a Copa-Cogeca solicita ao Comité Científico de Plantas, Animais, Alimentação e Forragens para renovar a licença. O secretário-geral da Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, referiu que «a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) confirmou a sua segurança e esperamos que a Comissão Europeia prolongue a autorização por mais 15 anos». Afirmou ainda que o glifosato é amplamente usado em herbicidas em todos os Estados-membros e aplicado em múltiplas culturas para combater as infestantes: «Sem o glifosato, a produção ficaria em perigo».
António Lopes Dias, director-executivo da Anipla, defende que «o glifosato representa uma ferramenta fulcral para a produtividade e competitividade da agricultura portuguesa», mas que «o processo não está terminado». «Na decisão final esperamos que os Estados-membros e a Comissão Europeia tenham em consideração a mensagem de aprovação da renovação do glifosato, do Parlamento Europeu».
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