A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) recebeu do Governo a garantia de que não haverá qualquer subida ao preço da água para os agricultores benificiários do perímetro de rega de Alqueva – compromisso que foi publicamente assumido pelo Executivo, e que saúdam.
Na sequência das notícias que começaram a circular nos últimos dias, depois do presidente da EDIA, a entidade gestora daquele empreendimento, ter levantado a hipótese de aumentos nos preços de água aos agricultores para fazer face à situação deficitária da empresa, a CAP contactou de imediato o Ministério da Agricultura para transmitir a sua veemente oposição a essa possibilidade.
Esta garantia, agora deixada clara pelo Governo, «é decisiva para a estabilidade de um projecto estruturante para uma região, estratégico para Portugal e vital para a concretização do potencial agrícola do País. O projecto de Alqueva não só se encontra já integralmente pago, como também é gerador de receitas para os cofres do Estado».
A CAP reconhece a gestão equilibrada da EDIA e considera «injusto que esta entidade seja penalizada por um desequilíbrio estrutural nas suas contas de exploração» – e, em consequência disso, que «tenham de ser os agricultores chamados a pagar os prejuízos contabilísticos de um empreendimento que continua a gerar mais-valias para o Estado, inclusivamente por via de um contrato de concessão hidroelétrica que vigorará durante as próximas décadas e cujas receitas foram directamente recebidas pelo Ministério das Finanças».
Por isso, a CAP defende que o défice de exploração da actividade deve ser «integralmente suportado pelo Orçamento do Estado, uma vez que esse montante já foi reembolsado antecipadamente».