A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) lançou o apelo de que em Portugal sejam atribuídos apoios financeiros às explorações produtoras de pêra afectadas pelo fogo bacteriano, doença provocada pela bactéria Erwinia amylovora. Segundo a Confagri, «urge o estabelecimento de apoios financeiros que evitem o comprometimento da viabilidade económica das explorações produtoras de pera e que permitam aos nossos produtores manter a sua actividade e posição no mercado global».
Em comunicado, a entidade informa que, através da Orden AGM/66/2025, de 24 de Outubro, «as autoridades espanholas, para mitigar, prevenir os efeitos do fogo bacteriano e incentivar boas práticas agrícolas no cultivo de pêra, avançaram com um apoio de 400 euros por hectare de peras declaradas nos registos oficiais, com o limite máximo de 50.000 € por beneficiário no período de três anos». Sublinha também que «em Portugal, a doença do fogo bacteriano está a ameaçar a destruição do pomar de pêra, em particular de pêra Rocha», uma vez que, «de acordo com os dados oficiais, o nível de produção de pêra, no triénio 2022-2024, sofreu uma quebra de 32% face ao triénio anterior».
A Confagri reconhece ainda que, «perante este cenário de enorme gravidade foram, no nosso País, estabelecidas medidas preventivas que obrigam os detentores de pomares contaminados a proceder à remoção e destruição, por queima ou enterramento, de partes de vegetais hospedeiros com sintomas ou ao arranque com destruição imediata, também por queima ou enterramento». No âmbito do apelo feito pela confederação, Nuno Serra, secretário-geral da Confagri, afirma que «são imprescindíveis apoios para as regiões contaminadas pelo fogo bacteriano, de modo a evitar a distorção da concorrência entre os produtores ibéricos e, sobretudo, que os produtores portugueses fiquem para trás».
