Veracruz apresenta projecto de amendoal de 50 milhões de euros na Beira Baixa

Decorre hoje, 2 de Julho, o lançamento oficial do projecto dedicado ao amendoal que o grupo luso-brasileiro Veracruz está a instalar nos concelhos do Fundão e de Idanha-a-Nova. O projecto representa um investimento total de 50 milhões de euros, visando atingir os 5.000 hectares de amendoeiras e exportar 70% da produção.

Na primeira fase de investimento, o projecto envolve 2.000 hectares, com mais de três milhões de amendoeiras, todas de variedades tradicionais mediterrânicas, espalhadas por diversas herdades, indica a empresa. «Quando a plantação estiver totalmente instalada e a produção a decorrer em velocidade cruzeiro, destes campos vão sair 4.000toneladas anuais de amêndoa», acrescenta.

Segundo um comunicado, o projecto prevê, até 2021, a instalação de uma fábrica de descasque e processamento de amêndoa na região, representando um investimento de 6,5 milhões de euros. «Com capacidade para receber e transformar a produção de outros produtores locais, garantindo-lhes canais de escoamento, esta unidade permitirá atrair outros investimentos em amendoal e reabilitar terrenos abandonados, promovendo o desenvolvimento económico e social da zona», realça a empresa.

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É também referido que, «através da abertura de capital a outros investidores, a Veracruz pretende chegar aos 5.000 hectares de amendoal implantados». O comunicado sublinha ainda que a primeira fase deste projecto «foi recentemente reconhecida pela Aicep [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] como Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) –, um estatuto que distingue os empreendimentos de impacto relevante no País, que promovem o desenvolvimento económico, social, tecnológico e de sustentabilidade ambiental».

«Temos como missão fazer de Portugal um player importante no sector de frutos secos na Europa. Pelas suas características edafoclimáticas, Portugal tem todo o potencial para se assumir como uma importante referência na cultura de amêndoa (…). Por outro lado, pela sua localização geográfica, estamos muito próximos dos consumidores, já que a Europa responde por mais de 40% do consumo global», afirma David Carvalho, sócio cofundador da empresa. O empresário brasileiro defende ainda que «é possível potenciar a notoriedade da marca ‘amêndoas de Portugal’, à semelhança do que acontece nos sectores do vinho e do azeite».

Vários factores motivaram a escolha da Beira Baixa para instalar este projecto, como «o clima e solos perfeitamente adaptados à cultura», com Filipe Rosa, sócio cofundador, a destacar também a «disponibilidade de terra e de água». «E, tão importante, a vontade política demonstrada pelos autarcas em acolherem o nosso projecto e reverterem o processo de desertificação do interior. Somos um ‘projecto-âncora’ que visa criar um cluster de produção para valorizar esta região. Vamos criar mais de 150 postos de trabalho directos e indirectos nos próximos anos e assumimos o compromisso de contratar, sempre que possível, mão-de-obra local», salientou o empresário.

Sedeada em Castelo Branco, a Veracruz iniciou a plantação desta primeira fase do amendoal em 2018. A empresa diz apostar nas «mais modernas tecnologias de smart farming» – utilização de drones, captação de imagens satélite para verificação do desenvolvimento e saúde das plantas – e na implementação das «mais sustentáveis tecnologias de agricultura de precisão e economia circular» – como a introdução de sondas no solo para monitorização do uso de água e de fertilizantes.

A Veracruz pretende também estabelecer «parcerias científicas e tecnológicas com institutos e universidades locais» e «apoiar startups de agrotech, disponibilizando parte das suas terras como campos de exploração e showroom para estes novos projectos». É ainda indicado que a empresa «está a trabalhar em conjunto com os demais produtores desta fileira em Portugal no lançamento da Associação Nacional de Produtores de Frutos Secos» e que um dos seus objectivos é «produzir conhecimento sustentado sobre o sector e as suas práticas».

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