No segundo trimestre de 2015, o volume de vendas no mercado alimentar cresceu 2% quando comparado com o mesmo período do ano passado. O valor foi avançado a 2 de Setembro pela Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).
Segundo a directora-geral da APED, Ana Isabel Trigo Morais, as «vendas do mercado alimentar estão a aproximar-se dos níveis anteriores à crise» financeira que atingiu o País em «2008/2009». Depois «o mercado segurou entre 2009 e 2010», seguindo-se então no final de 2011, início de 2012, a queda mais significativa e a maior crise do consumo».
No decorrer da apresentação do Barómetro de Vendas da APED – resultado de várias fontes como Instituto Nacional de Estatística e empresas como Gfk, Kantar e Nielson – foi também revelado que os portugueses foram menos vezes às compras no período em análise, mas quando foram gastaram mais 4,5% do que entre Abril, Maio e Junho de 2014.
Analisando por mercados, o consumidor nacional continua a dar preferência aos hipermercados que tiveram uma quota de mercado de 50,2% em 2015 (50% no ano passado), seguido dos supermercado com 25,3% (2015) e 24,8% (2014).
Por categoria de produto, os perecíveis (onde se inclui a fruta e legumes) são os que têm maior representatividade. No segundo trimestre do ano passado, representavam 35,7% e este ano, no mesmo período, cresceram 0,1 pontos percentuais (pp), conquistando uma quota de mercado de 35,8%.
Nesta categoria os congelados e produtos de higiene e limpeza registaram um crescimento de 0,1 pp e 0,4 pp, respectivamente. Os lacticínios estão no fim da lista, com a maior queda de quota de mercado no último trimestre. Comparado com o mesmo período de 2014, a variação é de -0,5 pp.
Para Ana Isabel Trigo Morais, o sector leiteiro tem de reagir a este decréscimo, «que já não é uma tendência, é uma realidade». A directora-geral da APED assegura que ponderam «pedir à comunidade científica, e quem sabe aos nutricionistas, que nos ajudem a resolver este problema e que tenhamos discussões esclarecidas na praça pública e que se perceba exactamente quais as vantagens e desvantagens do consumo destes produtos».
De registar ainda que no mercado alimentar, o preço médio de venda registou uma variação positiva de 0,9%, apesar do aumento da intensidade promocional. No segundo trimestre de 2014, as empresas alimentares tinham 36% das vendas suportadas por actividades promocionais e este ano, nos mesmos meses, a percentagem foi de 41.
A terminar, Ana Isabel Trigo Morais, salientou que «os resultados globais são positivos para o sector do retalho, em particular, e também para a economia portuguesa».