«O castanheiro, espécie da qual dependem economicamente muitas famílias da Terra Fria Transmontana e das terras altas da Beira Interior, é uma árvore assolada por doenças difíceis de controlar, sobretudo a tinta ou o cancro, que causam prejuízos avultados aos produtores», afirma o docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Luis Martins.
Para conhecer e registar estas perdas, o investigador realizou o estudo ‘Monitorização da condição fitossanitária do castanheiro por fotografia aérea obtida com aeronave não tripulada’, em colaboração com os investigadores João Paulo Castro do Instituto Politécnico de Bragança, Ricardo Bento e Joaquim Sousa, também da UTAD.
Foram assim efetuados voos com uma aeronave não tripulada (drone) em dois concelhos onde predomina a produção de castanha, Valpaços e Vinhais, através dos quais se obtiveram fotografias áreas, que cobriram o equivalente a 483 hectares (ha) e 394 ha.
O estudo permitiu perceber que no «período de 2006 a 2014, as perdas de produção atingiram quase 50% dos povoamentos, devido à mortalidade e ao declínio provocado pelas doenças» disse o investigador.
Investigação distinguida com prémio
O prémio, do grupo Portucel Soporcel para o melhor estudo de 2014 na área da ‘Proteção Contra Pragas, Doenças e Infestantes na Floresta‘, foi atribuído durante o 1º Simpósio da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal e 7º Congresso da Sociedade Portuguesa de Fitopatologia, sob o tema ‘Novos desafios na proteção das plantas’ que decorreu em Oeiras de 20 a 21 de novembro de 2014.
Na opinião de Luis Martins, o prémio é um «bom incentivo à continuação de estudos relativos à monitorização da sanidade do castanheiro», já que é uma espécie ocupa cerca «35 mil ha em Portugal e 30 mil ha em Trás-os-Montes, em 2013 as exportações atingiram 17,5 milhões de euros».