Revolução no tratamento de resíduos do MARL

A criação de um “ponto verde” que revolucione o sistema de recolha e tratamento de resíduos orgânicos e inorgânicos do Mercado Abastecedor de Lisboa (MARL) é um compromisso agora assumido pelo Conselho de Administração.

Falando na sessão de encerramento de um debate sobre “A Redução dos Plásticos no Ciclo Agroalimentar” – com que a incubadora “Loures Inova”, também ela instalada no MARL, assinalou o seu primeiro ano de trabalho –, o presidente do Conselho de Administração admitiu mesmo que «esta prioridade» tem datas marcadas: no início do próximo ano tudo deverá ser diferente neste âmbito.

«Estivemos a fazer benchmarking internacional, designadamente na Austrália e em Barcelona, e temos várias empresas internacionais para nos ajudarem a abordar esta questão; queremos criar aqui um “ponto verde”, com esta ou outra designação; queremos acabar com a importação de resíduos de fora para dentro do Mercado; queremos fazer a separação selectiva de resíduos pavilhão a pavilhão; queremos melhorar substancialmente a limpeza; queremos criar cá dentro instrumentos que nos permitam fazer a gestão eficiente dos resíduos aqui produzidos», garantiu Rui Paulo Figueiredo.

O também CEO do Grupo SIMAB – em que se integra o MARL e os seus congéneres de Braga, Évora e Faro –, dava conta de que, mais do que pensar a questão do plástico, «embora muito pertinente, claro», no MARL é ainda necessário resolver «o problema anterior», como este da recolha e gestão de resíduos indiferenciados.

Rui Paulo Figueiredo lembrou que a abordagem que agora prepara é também propiciada pela caducidade, no final deste ano, do «contrato de prestação de serviços para a limpeza e remoção de resíduos sólidos» que o MARL mantém com uma empresa do sector.

«Temos de mudar todo o funcionamento interno; os estudos que temos dizem-nos, por exemplo, que 50% das pessoas que vêm a este Mercado, para comprar ou aqui trabalhar, trazem para cá resíduos de todo o tipo; ora, se 50% assumem que violam os regulamentos, acreditamos que esse número possa ser na realidade da ordem dos 70 a 80%; como concordarão, isto tem de acabar», enfatizou.

Foi neste contexto que Rui Paulo Figueiredo desafiou os presentes na sessão da “Loures Inova” – «médias empresas, startup’s, quaisquer outras» – a que lhe façam chegar propostas para aumentar a sustentabilidade do MARL, potenciar a economia circular, e reduzir a sua despesa operacional.

Na evocação do primeiro aniversário da incubadora sediada no MARL – de que este é parceiro-fundador – participou a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, que sublinhou as virtudes do “GovTech”, uma iniciativa do Governo que tem como objectivo premiar e apoiar produtos e serviços inovadores, criados por startups, que se enquadrem num dos 17 Sustainable Development Goals (SDG) das Nações Unidas, numa resposta nacional aos desafios que se colocam por cá e no mundo.

Em causa estão protótipos funcionais de produtos e serviços que se enquadrem no sector público ou no sector privado com um modelo de negócio associado.

A par de António Pombinho, vereador da Economia e Inovação na Câmara Municipal de Loures, que, em nome do Município, deu as “boas-vindas”, participaram na discussão representantes da “Mendes & Gonçalves – Paladin”, que falou de “Novas Embalagens na Indústria Alimentar”; da “Renascimento”, que abordou o “Tratamento de Resíduos de Plástico”; e da “Ambigroup”, que se pronunciou sobre a “Reutilização do plástico”. O debate foi moderado por José Damião, director de Incubação da “Madan Parque”, outro dos parceiros da “Loures Inova”.

A evocação deste primeiro ano de actividade da incubadora empresarial do MARL foi ainda aproveitada para o anúncio de novo programa de aceleração e para o estabelecimento de novos protocolos de colaboração.

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