Depois de quatro anos de seca na Califórnia, Estados Unidos da América (EUA), e depois de um inverno particularmente mau, o governador Edmund G. Brown Jr. emitiu um conjunto de regras obrigatórias para reduzir o uso de água. A agricultura, actividade que utiliza cerca de 80% da água do estado, foi deixada de parte.
Aos agricultores, o estado californiano exige que reportem mais informação sobre o uso de água aos reguladores estatais. Isto permitirá um maior controlo sobre o mau uso da água. As medidas que afectarão, por enquanto, a agricultura californiana, ficam-se por aqui.
Jonas Minton, conselheiro para as políticas da água da Liga do Planeamento e Conservação – uma organização sem fins lucrativos sediada na Califórnia -, disse ao site norte-americano ABC, que a concretização destas medidas ignora o facto de «os agricultores estarem a acelerar a plantação de culturas exigentes em água, para exportação. Ao mesmo tempo que os habitantes têm de reduzir o seu consumo de água em 25%».
Um estudo da Universidade da Califórnia, Davis, revela que, em 2014, a seca custou à indústria agrícola 1.5 mil milhões de dólares (1.385 mil milhões de euros). Também no ano passado, a seca inutilizou 161.874 hectares de terra no estado norte-americano, revela o mesmo estudo.
A Califórnia detém 82% da produção mundial de amêndoa, revelam dados do Concelho Internacional das Nozes e Frutos Secos. A amêndoa utiliza 10% da água disponível para a agricultura no estado. Dados do Observatório dos Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares indicam que, actualmente, a cultura da amendoeira ocupa 13 957 hectares, o que equivale a uma produção de 14.000 toneladas.