O Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (Citab), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, está a coordenar o projecto europeu Eurolegume – Enhancing of legumes growing in Europe through sustainable cropping for protein supply for food and feed. O objectivo deste projecto é o aumento da produção de leguminosas na Europa e envolve um total de 19 organizações (empresas, universidades e centros de investigação), de 10 Estados-membros.
Com uma duração de quatro anos, representa um investimento de 6,5 milhões de euros, financiado pela Comissão Europeia em quase cinco milhões de euros. O projecto tem ainda outras vertentes: aumentar o consumo de leguminosas, melhorar o valor nutricional, desenvolver alimentos inovadores, reduzir as importações para alimentação animal, criar condições para a menor utilização de fertilizantes («através do desenvolvimento de produtos microbianos mais eficientes na fixação de azoto atmosférico e assimilação de fósforo, para o aumento da produtividade das culturas e melhoria da sustentabilidade dos solos», diz Eduardo Rosa, director do Citab e responsável pelo projecto) e contribuir «para cadeias de produção agrícola mais sustentáveis e resilientes às alterações climáticas». Os estudos vão incidir nas culturas de ervilha, fava e feijão-frade, mas muitos dos resultados da investigação podem ser extrapolados para outras culturas de leguminosas.
Segundo Eduardo Rosa, «entre 80 a 90% das leguminosas secas consumidas em Portugal são importadas. Com este projecto, poderemos vir a reduzir a importação de leguminosas e de produtos derivados em cerca de 20%, o que se poderá traduzir numa poupança na balança comercial na ordem dos 10 milhões de euros». A UTAD tem mais dois centros como parceiros neste projecto: Centro de Genómica e Biotecnologia e Centro de Ciência Animal e Veterinária.