As conjecturas surgem no relatório Perspectivas Agrícolas para 2015-2024 apresentado a 1 de Julho de 2015, em Paris, França, pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO na sigla inglesa) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
O documento revela que factores como o rendimento mais elevado das culturas, a maior produtividade e o abrandamento da procura a nível mundial, serão os responsáveis pelo declínio dos preços durante a próxima década. Também os preços mais baixos do petróleo irão impactar indirectamente no valor dos alimentos, já que se verificarão menores custos em energia e fertilizantes.
No documento, a OCDE e a FAO prevêem que os mercados agrícolas deverão crescer a um ritmo lento, ao mesmo tempo que se assistirá a uma estabilização da produção e consumo. A exportação dos produtos agrícolas deverá concentrar-se em apenas alguns países, ao passo que as importações se dispersarão por um maior número de nações.
Durante a apresentação do relatório na capital francesa, Angel Gurría, secretário-geral da OCDE sublinhou que «as perspetivas para a agricultura mundial apresentam-se mais estáveis do que se têm mostrado nos últimos anos, mas não há espaço para complacência, assim como não podemos descartar o risco de novos picos de preços nos próximos anos».