Produção de lúpulo pode ganhar com cooperativismo

As Jornadas de Lúpulo e Cerveja, a decorrer em Bragança na Escola Superior Agrária até 15 de Julho, permitem já retirar conclusões, nomeadamente a importância que o cooperativismo pode ter no desenvolvimento desta cultura que, em Portugal, é possível apenas na região de Bragança porque aqui estão as condições edafoclimáticas ideais para a produção desta planta.

Os participantes do encontro salientam que um dos entraves da cultura é a rentabilidade e os elevados custos de investimento. Para a produção de seis hectares, o ideal para atingir uma produção rentável, é necessário um investimento de cerca de 500.000 euros, entre plantas e sistemas de irrigação e mecanização. Os produtores defenderam, por isso, que uma das soluções poderá ser a constituição de cooperativas e dividir parcelas de forma a exigir menos investimento.

Actualmente, existem naquele concelho transmontano duas explorações, cada uma com seis hectares. Mas nem sempre assim foi. No final da década de 1960 até à década de 1980, a produção de lúpulo chegou a ser a cultura mais importante do distrito. O concelho de Bragança contabilizava 30 campos de lúpulo, num total de mais de cem hectares.

Investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) afiançam ao Jornal Nordeste que «as características da região, associadas à inovação, apostando em estratégias para reduzir custos e no apoio do novo quadro comunitário, podem levar a apostar na cultura do lúpulo».

João Paulo Castro, do IPB, considera que «neste momento, estão reunidas as condições ideais para o relançamento deste tipo de cultura. A cerveja é um negócio muito importante a nível nacional. Poderíamos criar algumas microempresas, ter o ciclo completo, desde a produção até à venda de cerveja, que pudesse trazer mais valias para o produtor».

Ao longo de três dias (de 13 a 15 de Julho) da terceira edição das Jornadas de Lúpulo e Cerveja estão a ser debatidas questões como aspectos agronómicos inovadores e potencial de expansão desta cultura; tecnologias de extracção e preservação de essências; desenvolvimento agro-industrial; e, entre outros temas, formas de apoio à reestruturação do sector do lúpulo.

As jornadas são organizadas pelo IBP e pela Associação  Bralúpulo – Produtores de Bragança. O extracto de lúpulo é dos produtos constituintes da cerveja.

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