O frio e a chuva, que se têm verificado desde a floração das cerejeiras, estão a comprometer a produção de cerejas do Fundão. José Pinto Castello Branco, produtor e presidente da Cerfundão, fala de uma «quebra muito significativa» para esta campanha.
«Está efectivamente a ser um ano muito problemático e creio que, infelizmente, não tenhamos um produtor sem perdas muito significativas. Há variedades em que a perda é total e há produtores com quebras gerais na ordem dos 80%», contou o responsável à agência Lusa.
As condições climatéricas adversas causaram danos no processo de polinização e, consequentemente, no desenvolvimento do fruto. Agora, perturbam a colheita das cerejas, que se deveria ter iniciado no final do mês de Abril, mas ainda não começou. «As melhores perspectivas» são que se inicie no final da próxima semana.
Arménio Oliveira, produtor, afiançou que, este ano, esperava colher 300 toneladas do fruto, mas «se conseguir chegar às 150 toneladas já é bom».
A cereja do Fundão tem sido alvo de grande promoção por parte do município e utilizada para estimular as actividades económicas da região. Na sequência de uma visita à freguesia de Alcongosta – onde se reúne uma parte significativa da produção –, Miguel Batista, presidente da Junta de Freguesia de Alcongosta, explicou à Frutas, Legumes e Flores que o fruto tem um grande impacto na economia da região. «Se a cereja do Fundão correr bem, nota-se logo!»
Habitualmente, o fruto que nasce no Fundão é o primeiro do Mundo a chegar ao mercado e, nesse período, o produtor chega a conseguir comercializar cada quilo por 13 euros.