A quebra de produção de castanha que este ano atingiu principalmente a serra da Padrela, distrito de Vila Real, foi provocada pela septoriose do castanheiro, um fungo que encontrou no verão ameno as condições ideais de desenvolvimento.
É na Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela, que se estende pelos concelhos de Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Murça e Chaves, que se contabilizam mais estragos, mas a situação arrasta-se às outras DOP da região, desde os soutos da Lapa à Terra Fria.
«Ainda não temos dados concretos para quantificar as perdas de produção, mas as estimativas apontam para, na região da Padrela, um prejuízo médio superior a 50%. Os prejuízos variam muito à medida que se sobe em altitude, que vão sendo maiores», afirmou à Lusa Maria Manuel Mesquita, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).
O fungo atinge a folha do castanheiro, que fica acastanhada e com rebordo amarelo, originando a sua queda antecipada. O mesmo fungo atacou também o pedúnculo do ouriço, provocando a sua queda precoce.
«A castanha não se chega a formar e a ocorrência do prejuízo. Há uma queda precoce devido ao apodrecimento do pedúnculo do ouriço e não se chega a formar o fruto», explicou.
A mesma responsável referiu que o fungo atacou com maior severidade as zonas mais altas, frias e húmidas, e também castas como a judia, a variedade que predomina na Padrela e possui pouca resistência à septoriose.
Espalhados pela DOP da Padrela existem à volta de 5.500 hectares de souto, cuja produção média ronda os 800 quilos por hectare.