Portugal pode produzir mais cereais de qualidade

O Clube Português dos Cereais de Qualidade apresentou, a 3 de Junho, o trabalho realizado para a obtenção de matérias-primas de qualidade usadas na produção de malte para cerveja, baby food e farinhas especiais para panificação. A jornada contou com cerca de 60 participantes e consistiu na visita aos campos de demonstração de trigo duro, trigo mole e cevada dística realizados por agricultores associados da Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, em cuja sede (em Elvas) decorreu o evento.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, participou na jornada e referiu ter constatado que a «estratégia de aposta na qualidade é o caminho a seguir, porque existe um enorme potencial de aumento da produção por via da qualidade». Em comunicado, a Cersul explica que «a produção nacional satisfaz apenas uma pequena parte das necessidades da indústria em cereais de qualidade, estimando-se que exista uma margem de crescimento para o triplo da actual produção».

«Em Portugal há condições de solos, clima e variedades que podem ser muito bem explorados, mas é necessária uma concertação de esforços. Precisamos de lotes maiores e muito homogéneos, que só se conseguem com produção em escala e organização da produção», afirmou Paulo Cardoso, responsável da Ceres. Esta indústria, membro do Clube, processa 130.000 toneladas de trigo por ano, das quais apenas 20% é comprado em Portugal.

Estima-se que Portugal produza cerca de 100.000 toneladas destes cereais, representando um valor de mercado de 4 milhões de euros. Segundo a Cersul, «os trigos melhoradores são usados para corrigir lotes de trigo com valor de força ou de proteína mais baixos e para produção de farinhas especiais», sendo o seu valor de mercado «superior ao de outros trigos».

Com 17 anos de actividade, o Clube Português dos Cereais de Qualidade reúne organizações de produtores, indústria e o Iniav (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária). Tem como objectivo «juntar toda a cadeia de valor de cereais de elevado valor acrescentado, nomeadamente trigo mole panificável, trigos de força, trigos para baby food, trigo duro e cavada dística, com vista à obtenção de matéria-prima que corresponda às exigências de qualidade do mercado», refere a Cersul.

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