Os jovens agricultores reuniram na ilha da Madeira, no dia 25 de Novembro. Com 300 participantes no evento, promovido pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (Ajap), foram várias as mensagens passadas.
Desde logo de que a agricultura nacional evoluiu e tem um futuro promissor, mas enfrenta desafios cruciais à sua manutenção, tais como o financiamento.
Na Conferência Jovem Agricultor, Gabriela Freitas, ex-gestora do Proder (quado de financiamento da agricultura entre 2007-2013), comentou que «os jovens agricultores precisam de ter no Governo um parceiro previsível, que canalize verbas para a tesouraria das empresas, porque não há investimento sem gestão de expectativas, ou seja, previsibilidade».
Firmino Cordeiro, director-geral da Ajap, reforçou esta ideia: «a agricultura é uma actividade que exige investimentos avultados, com retornos mais ou menos longos, que precisa de quadros legislativos e de apoio ao investimento estáveis, que inclusive possam ultrapassar os ciclos políticos».
Ao financiamento, junta-se outros desafios, nomeadamente custo da terra, inovação, tecnologia, mercados, internacionalização, segurança alimentar e bem-estar animal, sustentabilidade e ambiente.
Perspectivando a Política Agrícola Comum pós-2020, onde o sector vai lutar por manter o orçamento para a agricultura, o ex-ministro da Agricultura, Arlindo Cunha, antecipou que possa vir a existir um terceiro pilar de apoios. Este será relativo ao pagamento dos bens públicos, ou seja, a compensação aos agricultores pelo serviço público prestado à sociedade: combate à desertificação, ordenamento do território, segurança alimentar, entre outros.
Os jovens agricultores portugueses contribuem com 20% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da agricultura, apesar de representarem apenas 2% da população activa do sector, a percentagem mais baixa da União Europeia.