No dia 28 de Setembro, no Instituto Superior de Agronomia, debateu-se o futuro da agricultura nacional. Um sector mais profissional, mais atento ao mercado e interessado na investigação são algumas das características dos empresários agrícolas nacionais, mas há ainda desafios a ultrapassar.
Para Amândio Santos, presidente da PortugalFoods, a exportação deve ser feita sob o nome Portugal. «Quando abordamos os mercados externos, temos de ter a capacidade de o fazer sob a marca-chapéu Portugal».
Presente no debate “Produtos e produtores: o futuro da agricultura nacional”, a presidente do ISA, Amarilis de Varennes, comentou que cada vez as empresas procuram as instituições de ensino e de investigação para encontrarem soluções para os seus problemas. A professora declarou que o sector tem de estar «satisfeito pelo que já alcançou e ter confiança que vai chegar mais longe». Sobre a questão da investigação, Daniel Campelo, responsável pelo projecto Aromáticas Vivas, proferiu que as universidades e institutos públicos de investigação «devem estar ao serviço dos agricultores». Daniel Campelo reconheceu ainda que «os agricultores se associam de forma cada vez mais profissional».
Ana Trigo Morais elogiou o Intermarché pela iniciativa que considera ser «um bom exemplo da aproximação da distribuição à a produção nacional». A director-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição comentou que o desafio do sector está no «comportamento do consumidor, cujos hábitos de consumo mudam muito rápido», por vezes a uma velocidade que a agricultura tem dificuldade de acompanhar. Para Ana Trigo Morais «o caminho do futuro passar por um consumo mais responsável e o sector de tem caminhar nesse sentido».
João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, falou sobre alguns dos problemas que assolam a agricultura nacional, nomeadamente aqueles relacionados com «licenciamento da actividade, tecnológicos e laborais». Sobre esta última questão, João Machado afirmou que «se queremos que a agricultura cresça temos de ter mão-de-obra». A concluir, disse que, apesar dos problemas, «temos muita potencialidade de desenvolvimento».
Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, salientou que «a agricultura está mais profissional, mais inovadora e mais orientada para o mercado. Esta é a fórmula que está na base da agricultura de hoje, que é também um investimento em conhecimento e inovação». O responsável concluiu que «temos de continuar a apostar na internacionalização do sector agro-alimentar e na abertura de novos mercados».
O debate antecedeu a entrega do Prémio Intermarché Produção Nacional.