A Migdalo é a primeira unidade de descasque de amêndoa rija do Alentejo. Começou a funcionar a 18 de Agosto de 2016 e foi formalmente apresentada a 10 de Janeiro, na sua sede, em Ferreira do Alentejo.
António Sevinate Pinto, um dos accionistas, recordou que o projecto começou a ganhar contornos em 2013, quando o seu irmão Armando Sevinate Pinto (1946-2015), ministro da Agricultura entre 2002 e 2004, decidiu começar a produzir amêndoa numa parcela de terreno também ocupada com olival, próxima de Ferreira do Alentejo.
Foram as sinergias com o olival, por exemplo ao nível da partilha de maquinaria para colheita, bem como a rentabilidade do fruto no mercado mundial, que motivaram esta escolha. A preocupação com «o que fazer com a amêndoa produzida nesta região sem que perdesse valor» levou à constituição da unidade de transformação no local onde o fruto é produzido, explicou António Sevinate Pinto.
Assim, em 2016, a Migdalo foi criada com vários objectivos: despela e descaque da amêndoa; apoio técnico aos produtores; promoção e comercialização; escoamento e valorização. Actualmente, a unidade pode transformar até 2.500 toneladas de amêndoa por campanha. Caso exista necessidade, esta capacidade pode triplicar.
No futuro, existem planos para a criação de um clube de produtores Migdalo, afiança Miguel Matos Chave, director-geral. O objectivo é conseguir preços mais competitivos para factores de produção, prestação de serviços e seguros de colheita.
O projecto vem colmatar a necessidade de uma unidade de transformação de amêndoa na região do Alentejo. Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que, em 2006, produziam-se 91 toneladas do fruto seco na região. Já em 2015, registou-se a colheita de 1.062 t. À medida que as plantações recentes se desenvolvem, a tendência é que este número cresça ainda mais.