Manifestação de agricultores em Évora contou com 2.000 participantes

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) indica que a manifestação que organizou em Évora no dia 24 de Março contabilizou a presença de 2.000 agricultores e de mais de 500 tractores. Segundo a CAP, esta acção fechou a «primeira ronda de protestos» organizados sob o mote “contra a incompetência de quem nos governa” e contestando diversas situações, sendo um dos principais focos a decisão do Governo de transferência de competências das Direcções Regionais de Agricultura (DRA) para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

As acções de protesto tiveram início em Janeiro, têm consistido em marchas lentas de tractores e de agricultores, que depois convergem nas sedes das Direcções Regionais de Agricultura e Pescas, e têm tido o apoio de diversas associações do sector. Foram realizadas manifestações em Mirandela, Castelo Branco, Portalegre, Caldas da Rainha e Beja.

Na manifestação em Évora, a CAP sublinha a «adesão em força dos agricultores», num evento em que se defendeu que «a ministra não percebe nada de agricultura e devia ser posta na rua» e «se notou o endurecimento dos discursos». Nesta acção, os responsáveis pretenderam entregar um documento reivindicativo na CCDR Alentejo («para, de forma simbólica, demonstrar que as CCDR – que agora pretendem absorver as responsabilidades das Direcções Regionais de Agricultura – não têm o domínio técnico necessário para prestar serviços relacionados com a Política Agrícola Comum», diz a CAP), não tendo sido recebidos por nenhum responsável da CCDR e tendo acabado por fechar com correntes uma porta do edifício da CCDR, seguindo-se um momento «crispado», com intervenção das forças policiais presentes.

«Com o novo PEPAC acabado de entrar em vigor, este é um dos momentos em que os agricultores e o sector mais precisam do apoio de quem sempre acompanhou a evolução da PAC e domina a complexidade das suas medidas: ou seja, as DRAP próximas dos agricultores, nunca as CCDR», afirma a CAP. Na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, o director regional, Godinho Calado, veio receber pessoalmente os agricultores, tendo sido saudado pelos manifestantes.

A CAP destaca ainda que, nesse dia, «o Governo, através do Ministro das Finanças, apresentou um pacote de medidas “para mitigar o aumento do custo de vida dos portugueses”, afirmando que pretende uma redução do IVA dos bens essenciais e “está a tentar celebrar um acordo com o sector da produção alimentar e com o sector da distribuição alimentar, visando criar estabilidade e confiança, acabando com o sobressalto de não saber se um dia se chega a uma prateleira com um preço mais alto do que encontrou na véspera”». De acordo com a confederação, «os agricultores anunciaram que vão avaliar estas propostas, mas não perdem o propósito maior: substituir a incompetente que os governa».

A CAP refere-se ao anúncio feito pelo Governo – pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho – no dia 24 de Março, em conferência de imprensa, em Lisboa, de «novas medidas para mitigar o aumento do custo de vida dos portugueses», em que se mencionou um «apoio à produção agrícola» no valor de 140 milhões de euros – embora não tenha sido especificado em que consiste e como irá funcionar. Pode obter mais informações sobre este anúncio do Governo aqui e aqui.

[fotografias: CAP]

 

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