O mês de Maio de 2016 foi o «mais chuvoso dos últimos 22 anos», chegando, em algumas zonas do País, a «ultrapassar os máximos históricos de precipitação mensal». Esta «instabilidade meteorológica condicionou muito os trabalhos agrícolas» e «obrigou à intensificação dos tratamentos fitossanitários». Os dados são avançados pelo Instituto Nacional de Estatística nas “Previsões agrícolas” publicadas a 21 de Junho.
Com quebras na ordem dos 50%, a campanha de cereja de 2016 será «uma das piores das últimas três décadas», diz o INE. Os culpados? «Pouco frio», «reduzido número de horas de sol» e «precipitação persistente na altura da floração e vingamento». Nesse sentido, as estimativas apontam para uma produtividade de 1.400 toneladas por hectare (t/ha). O pêssego também será afectado pelas condições climatéricas atípicas prevendo-se «uma redução de 20% na produtividade», ficando-se, em 2016, pelas 10.000 t/ha.
No que respeita à realização de sementeiras e plantações das culturas de Primavera/Verão, existem «áreas consideráveis» de milho para grão, arroz e tomate para indústria por instalar. No caso do tomate, o INE diz que, no final de Maio, 1/4 da área total prevista para a cultura ainda estava por instalar. Assim, «ultrapassou-se a fase vegetativa óptima para a plantação, com consequências no regular desenvolvimento da cultura».
Apesar do impacto negativo, a chuva intensa permitiu aumentar as reservas de água, «garantindo as necessidades hídricas das culturas de regadio até ao final do ciclo».