A associação para a promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal acredita que a greve dos motoristas terá um impacto muito negativo para o sector e para a economia nacional, afectando drasticamente as suas exportações.
O sector, que registou um volume de negócios de 2.790 milhões de euros, exportando mais de 1.500 milhões, em 2018 teme que o crescimento dos últimos anos possa estagnar ou regredir.
O presidente Gonçalo Santos Andrade refere: «O mês de Agosto é de capital importância devido à concentração de pico de colheitas. Este mês tem um peso estimado de 23% no valor da produção nacional de FLF».
Desde 2010 o sector cresce o valor das exportações a uma média anual superior a 9%. Os prejuízos podem ser avultados. «Estimamos um prejuízo diário directo de 21 milhões de euros que pode crescer substancialmente se a paralisação se prolongar». Importa referir que caso esta greve se prolongue por mais de quatro a cinco dias «muitas áreas de produção terão que ser abandonadas e alguns clientes chave serão perdidos, já que a geografia de produção nacional será substituída por outras geografias produtoras. Neste caso o prejuízo será bastante superior podendo atingir 350 milhões de euros em cinco dias e colocará postos de trabalho em risco.»
É por isso urgente tomar as medidas vigorosas que viabilizem o normal funcionamento das actividades de colheita, processamento e transporte garantindo a liberdade de trabalhar para quem o queira fazer sem constrangimentos ou pressões por parte daqueles que no exercício dos seus direitos eventualmente venham a insistir em fazer greve.
A Portugal Fresh tem acompanhado atentamente os comunicados da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) que demonstram e transmitem as preocupações de todos os agricultores, defendendo que tem de existir uma estratégia prioritária para o sector agrícola, pois «a actividade agrícola e agro-alimentar não pode parar!»