Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de frutas, legumes e flores portugueses em 2023 atingiram um novo recorde em valor, perfazendo 2.300 milhões de euros (M€), o que representa um aumento de 11,4% em relação a 2022. A Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal sublinha que os dados divulgados pelo INE hoje, 9 de Fevereiro, «estão em linha com o esperado pelo sector», o qual, «na última década, tem crescido consecutivamente nas exportações», em termos de valor.
O top 5 dos mercados das exportações de frutas, legumes e flores portugueses continua a ser ocupado, em ordem descendente, por Espanha, França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido, sendo que a União Europeia é responsável por 80% do valor exportado. A Portugal Fresh – que organizou um stand conjunto na Fruit Logistica, feira internacional do sector hortofrutícola que decorre em Berlim, Alemanha, desde dia 7 e termina hoje – assinala também que, «apesar da valorização nos mercados internacionais, o ano de 2023 foi exigente para a produção nacional e os dados do comércio internacional reflectem este contexto: em volume, as exportações diminuíram 4,9%, fruto da quebra de produção em algumas culturas-chave, provocada pela seca».

«Os dados divulgados hoje reflectem o dinamismo das empresas portuguesas e a crescente preferência dos consumidores estrangeiros pela qualidade e sabor dos nossos produtos. Portugal tem uma localização privilegiada, com um clima que nos permite produzir cada vez mais ao longo de todo o ano. É pela qualidade, sabor e frescura que queremos competir», afirma Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh. «As alterações climáticas levaram a diminuições no volume de produção, tornando urgente uma rede nacional de água, que nos permita aproveitar a procura crescente pelos nossos produtos. Ao mesmo tempo, a estratégia Farm to Fork, que está no centro do European Green Deal da União Europeia, torna impossível assegurar a produção de alimentos na escala necessária para alimentar a UE, aumentando as importações de países terceiros e diminuindo a segurança alimentar. Para assegurarmos produtos seguros, de qualidade e a preços justos para os consumidores, temos de garantir que os agricultores conseguem aumentar a produção e assegurar rentabilidade», salienta Gonçalo Santos Andrade.
Criada em Dezembro de 2010, a Portugal Fresh tem actualmente 112 sócios – «que representam cerca de 5.000 agricultores» – e tem como objectivo «reforçar a competitividade das empresas nos mercados internacionais» e «atingir os 2.500 milhões de euros de exportações de frutas, legumes e flores em 2030». A entidade tem em curso um “Projecto Conjunto de Internacionalização” que, até 2025, prevê a realização de missões empresariais e acções de prospecção em quatro novos mercados, a participação em seis feiras internacionais e iniciativas de promoção «para acelerar a presença internacional do sector».
Este projecto é apoiado pelo Portugal 2030 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização. Prevê um investimento global de 1.561.663,52 euros, financiado em 48,8% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder).