Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais apresentada em Elvas

Aumentar o grau de auto-aprovisionamento de cereais em Portugal até 38%, no período de cinco anos, reforçar o papel das Organizações de Produtores e propor a criação de um Organismo Interprofissional dos Cereais, são alguns dos objectivos da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, que vai ser apresentada amanhã, dia 15, no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, por ocasião do tradicional Dia do Agricultor, num seminário que contará com a presença do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.

O documento, que contou desde a primeira hora com o envolvimento da Anpoc (Associação Nacional de Produtores de Cereais), Anpromis (Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo) e AOP (Associação de Orizicultores de Portugal), foi coordenado pelo engenheiro Luís Souto Barreiros.

Portugal é historicamente dependente da importação de cereais, mas hoje em dia apresenta um dos mais baixos níveis de auto-aprovisionamento do Mundo (cerca de 25%), constituindo uma preocupante singularidade. Na União Europeia, apenas Chipre, Malta e Holanda têm valores inferiores.

A superfície cultivada com cereais, que ocupava cerca de 900 mil hectares, aproximadamente 10% do território nacional, no final dos anos 80, tem vindo gradualmente a diminuir, a maior parte convertida em pastagens.

Em 2017, a área cultivada com cereais foi de 260 mil hectares.

A produção também diminuiu, embora de modo menos pronunciado: de 1,65 milhões de toneladas, na década de 80, passou para 1,1 milhões, em 2017. A inovação tecnológica que os agricultores introduziram permitiu multiplicar por 2,5 a produtividade média das culturas cerealíferas, o que constitui um marco assinalável.

O sector dos cereais, que representa mais de 10% das importações alimentares e mais de 30% das importações agrícolas, deve dar um contributo para a obtenção do equilíbrio da balança comercial agrícola, que o Governo se propõe atingir no horizonte de duas legislaturas.

A aposta no sector dos cereais permitirá igualmente o combate ao abandono e despovoamento de zonas rurais, o melhor ordenamento do território e uma gestão ambiental mais adequada.

Ciente desta realidade, o Governo decidiu constituir o Grupo de Trabalho dos Cereais, com a missão de propor uma Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais. Esta Estratégia integra um conjunto de 20 medidas prioritárias e acções concretas para os próximos cinco anos, que vão contribuir para um sector mais forte e mais eficiente, com maior capacidade de resistência à volatilidade dos mercados, disponibilizando aos consumidores um produto de elevada qualidade.

Por outro lado, com a implementação desta Estratégia é objectivo atingir-se até 2022 um grau de auto-aprovisionamento em cereais de cerca de 38%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos.

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Email

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Notícias Recentes

Vinha Douro
ADVID realiza seminário sobre necessidades do sector vitivinícola e soluções
1a
Ministério da Agricultura tem três secretários de Estado: Agricultura, Pescas e Florestas
kiwi
Webinar a 15 de Abril sobre inovação na colheita e conservação do kiwi

Notícias relacionadas

Vinha Douro
ADVID realiza seminário sobre necessidades do sector vitivinícola e soluções
No dia 11 de Abril, o Teatro Municipal de Vila Real acolhe o seminário “Desafios...
1a
Ministério da Agricultura tem três secretários de Estado: Agricultura, Pescas e Florestas
O Ministério da Agricultura e Pescas do XXIV Governo Constitucional conta com...
kiwi
Webinar a 15 de Abril sobre inovação na colheita e conservação do kiwi
No dia 15 de Abril, a partir das 10h30, o Núcleo de Investigação em Biotecnologia...
1a
Seminário Smart Farm a 11 de Abril em Lisboa sobre tecnologia e informação na agricultura
A CropLife Portugal – Associação da Indústria da Ciência para a Protecção das...