Em Portugal, na primeira campanha de tomate para consumo em fresco perde-se dinheiro, devido aos preços médios inferiores aos custos de produção. Antecipar a produção através de uma nova abordagem ao aquecimento da estufa com sistemas a biomassa que fornecem ar quente é o objectivo da criação do Centro Experimental de Climatização em Horticultura. Este projecto resulta de uma parceria entre empresas, universidades e associações: Agroturella, Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO), Hortomaria, Instituto Superior de Agronomia, Litoral Regas e Universidade de Évora.
Os primeiros resultados do ensaio ainda em curso foram apresentados a 26 de Março em A-dos-Cunhados. Em 0,5 hectares de estufa da Hortomaria, empresa produtora de hortícolas, está instalado o protótipo de climatização desenvolvido para o efeito. Consiste numa unidade de aquecimento alimentada a biomassa, a qual fornece ar aquecido que circula através de mangas plásticas perfuradas – colocadas no chão ao longo das linhas de plantas de tomate, cultivadas em substrato –, aquecendo as plantas directamente.
À data, neste ensaio já se obteve cerca de um mês de antecipação e espera-se um aumento de produção (incremento em quilogramas). O aquecimento faz com que exista menor incidência de doenças e menos problemas na cultura e, em consequência, menos perdas. Em paralelo, também foi possível reduzir o consumo energético, duplicar a capacidade energética e obter mais eficiência energética.
A prazo será instalada uma versão aperfeiçoada do sistema em seis hectares de estufas da Hortomaria. Além de se pretender apurar mais resultados ao longo de várias campanhas, existem outras possibilidades em aberto, como a aplicação em outras culturas e o incremento da produção em Setembro.
Para mais informações, consulte o artigo completo na edição 151 da Frutas, Legumes e Flores.
