No primeiro dia (7 de Fevereiro) do XI Congresso Nacional do Milho, em Lisboa, a inovação foi um dos temas debatidos. Professores, representantes de instituições ligadas à investigação e produtores de milho discutiram a importância da tecnologia no aumento da competitividade do sector e a necessidade de fazer algumas mudanças.
Para Nuno Canada, presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), «a mudança de paradigma passa pelo contacto estreito entre investigação, produção e indústria.» O responsável reforçou que «em vez de serem os investigadores a decidir o que estudar, devem ser os agricultores a identificar os constrangimentos e necessidades e trabalhar em conjunto» com quem investiga.
No sentido de tornar a inovação mais tecnológica, Nuno Canada sugeriu que «a solução passa por juntar saberes». De um lado, as instituições que desenvolvem a tecnologia de ponta e do outro as que investigam o sector agro-alimentar. Para o responsável, também é importante envolver os utilizadores finais das tecnologias neste processo.
O presidente do INIAV adiantou que, em breve, será criada uma agenda de investigação em parceria com o Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo.
André Sá, gestor de negócios no Inesc Tec – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência –, concordou que «um dos primeiros passos para ultrapassar o fosso entre a academia e o mercado é perceber quais as necessidades deste».
A instituição está neste momento a desenvolver o Smartfarming, um projecto que pretende estabelecer uma linguagem universal do sensor ao actuador dentro das explorações, e deverá começar a trabalhar com a Empresa de Desenvolvimento de Infra-estruturas de Alqueva (EDIA) em breve.
Ricardo Braga, professor no Instituto Superior de Agronomia, salientou que a agricultura de precisão é importante na medida em que «suporta melhores decisões».