Doenças e procura externa aumentam preço da castanha

A procura internacional e a quebra de produção provocada por pragas e doenças está a pressionar o preço da castanha, que chega aos 2,40 euros/quilo e já é conhecida como o petróleo transmontano.

«A valia da castanha portuguesa é tal que o mercado internacional (…) tem criado uma pressão de tal forma elevada que faz com que, no seu conjunto, as necessidades de exportação e de consumo interno ultrapassem largamente a capacidade produtiva do nosso país», disse à Lusa, o docente do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), José Laranjo.

José Laranjo estima que atualmente o preço médio pago aos produtores de castanha seja de cerca de 2,20 a 2,40 euros por quilo, mas chega a atingir os 3 a 3,50 euros quando se destina a exportação.

«É a pressão da procura que faz com que a castanha atinja estes preços. Este ano há também alguma quebra de produção, sobretudo nas regiões mais altas», explica o também presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), apontando uma conjugação de fatores como a falta de calor no verão, o ataque de um fungo e a vespa do castanheiro.

Atendendo aos preços praticados, um terço da castanha produzida em Portugal é exportada (15 mil toneladas só no ano passado). «O mercado, sobretudo o europeu, quer qualidade e o que acaba por chegar ao mercado nacional é a castanha dos preços mais competitivos e de calibres mais pequenos», diz o presidente da RefCast. Já o consumo nacional ronda as 5 a 6 mil toneladas anuais, mas apenas se se considerar o que entra no circuito comercial.

A produção europeia caiu das 400 mil toneladas para cerca de 200 mil num período de 50 anos, mas Portugal mantém-se como um dos principais produtores, a par da Itália e da Turquia. Para responder à procura foi concertada uma estratégia de crescimento entre vários países europeus que visa chegar aos 40 mil hectares (ha) de castanheiro em Portugal, França, Itália e Espanha, durante os próximos dez anos.

O desafio para Portugal é significativo já que deverá acrescentar 10 mil aos 35 mil ha de souto que são explorados atualmente.

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