Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos rejeita cortes no Bloco de Rega de Moura

A Cooperativa de Moura e Barrancos afirma o seu «total desacordo» com a eventual redução da área do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja, que está previsto ser construído no concelho de Moura. Esta entidade afirma que «teve conhecimento da intenção da EDIA [Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva] em reduzir para cerca de 7.000 hectares a área de implantação do bloco em questão, com a justificação de que a subida de custos associados à construção civil não permitirá a construção da área inicialmente prevista de 10.000 hectares».

A Cooperativa de Moura e Barrancos considera que se trata de «um problema que apenas pode ser imputado aos sucessivos atrasos que a obra em questão sofreu, que resultou numa desactualização dos orçamentos considerados», questionando «se, no futuro, novas subidas dos custos referidos resultarão em novos cortes nas áreas previstas». Assim, a entidade apela à EDIA, ao Ministério da Agricultura e ao Ministério das Finanças que procurem «uma solução justa para os agricultores da região», sublinhando que «este projecto é essencial para a sustentabilidade do território e consequente inversão da tendência de desertificação, através da fixação de população».

Em comunicado, a cooperativa explica que «os últimos blocos de rega previstos para a área de abrangência do EFMA [Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva] obtiveram financiamento do Banco Europeu de Investimento em 2017» e que, em Setembro de 2018, o então ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou «a construção de um bloco de 10.000 hectares no concelho de Moura», tendo este «data prevista de conclusão em 2021». O novo perímetro de rega Moura/Póvoa/Amareleja faz parte do plano de alargamento da área de regadio de Alqueva em 50.000 hectares e, na altura, foi indicado que iria representar um investimento de cerca de 37 milhões de euros.

O comunicado refere que que «a agricultura, e em particular a olivicultura, constitui a principal actividade socioeconómica do concelho» de Moura, que a área inicialmente prevista abrange «em toda a extensão sobretudo pequenas explorações, que constituem tecido essencial no contexto socioeconómico e produtivo da região», e que «os anúncios oficiais motivaram a região e os agricultores, tendo sido realizados investimentos com base na informação oficial fornecida em 2018 pelo Governo, e que se provarão ruinosos na eventualidade da não concretização total do bloco». A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos assinala ainda que «a construção do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva resultou em numerosas expropriações e impactou significativamente o território do concelho de Moura, tendo constituído um factor de competitividade para diversos concelhos do Alentejo, dos quais se excluiu sucessivamente o concelho de Moura», e que este concelho «constitui um território interior e periférico dos grandes centros urbanos, com cerca de dois terços da sua área agrícola afecta ao regime de protecção ambiental Rede Natura 2000, de baixa densidade populacional e elevado índice de envelhecimento».

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