Mirko Wiedemann, director-geral da empresa produtora de batata-doce Atlantic Sun Farms Portugal, partilhou no Congresso da Batata-doce os indicadores de crescimento do consumo de batata-doce na Alemanha. «Em 2008, o consumo per capita de batata-doce na Alemanha era de 19 gramas. Actualmente é de 65 gramas», disse no evento que decorreu a 13 de Março em Odemira.
Wiedemann confessou que um dos problemas é a falta de produto para responder a esta procura e afiançou que procura produtores para poder aumentar as quantidades de exportação.
Presente no evento esteve também Augusto Peixe, da Universidade de Évora que falou sobre vírus e limpeza sanitária. Os motivos porque as plantas de batata-doce são atacadas por vírus não são ainda totalmente explicados. Contudo, há indicadores de que o uso continuado das plantas, ao longo de vários anos, podem estar na origem dessa exposição aos vírus. Augusto Peixe, da Universidade de Évora, estudou a situação e encontrou estudos que apontam para quebras de produtividade entre os «50 a 60% ao fim de 14 ciclos culturais».
Uma das soluções pode passar pela limpeza sanitária. O processo começa com o desenvolvimento das plantas «in vitro que devem estar em estufas próprias para garantir a ausência de vectores de disseminação dos vírus», pormenorizou o professor.
O Congresso, organizado pela Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano (ADL), a Associação de Benificiários do Mira (ABM) e a Associação dos Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA), abordou ainda questões como a necessidade de união entre produtores para ganharem escala, dos métodos de rega e produtividades por hectare, bem como das ameaças no que respeita a vírus.
O evento termina no dia 14 de Março com uma visita à exploração Atlantic Sun Farms Portugal. Todos os temas do congresso vão ser aprofundados na próxima edição da Frutas, Legumes e Flores, a número 151.