CNCACSA apresenta Agenda de Investigação e Inovação

O Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA) apresentou a sua “Agenda de Investigação e Inovação 2023-2030” durante a conferência “Alterações climáticas: Como nos adaptarmos a esta nova realidade?”, que decorreu ao longo do dia 13 de Dezembro em Lisboa. A Agenda de Investigação e Inovação do CNCACSA está organizada em torno de sete “Eixos estratégicos”, 16 “Objectivos operacionais” e 55 “Medidas de actuação” e «pretende potenciar os necessários desenvolvimentos na transição para uma sociedade neutra em carbono e resiliente às alterações climáticas».

Os eixos estratégicos definidos no documento são: “Compilação, harmonização e sistematização de informação”; “Cenarização e projecções climáticas de elevada resolução em Portugal”; “Impactos em culturas agrícolas, floresta e pecuária”; “Opções de adaptação para uma agricultura mais sustentável, eficiente e resiliente”; “A agricultura na rota da mitigação das alterações climáticas e da neutralidade carbónica”; “Análise socioeconómica das estratégias de adaptação e mitigação e racionalização das cadeias de produção”; “Disseminação, formação e capacitação”. Nesta Agenda – que «deverá ter um período de vigência de oito anos, ou seja, 2023/2030, findo o qual deverá ser revista e actualizada» –, em cada “Eixo estratégico”, as “Medidas de actuação” estão categorizadas em “Curto prazo”, “Médio prazo” ou “Longo prazo”, «consoante a premência da sua implementação», afirma o CNCACSA.

Na conferência “Alterações climáticas: Como nos adaptarmos a esta nova realidade?”, organizada pelo CNCACSA e que reuniu 850 participantes – em formato presencial e também remotamente –, as sessões tiveram os temas “COP28: Principais conclusões”, “Alterações climáticas: Que perspectivas para os próximos anos?” (com apresentação de alguns casos práticos de adaptação às alterações climáticas no sector agroflorestal), “Escassez de água em Portugal: Mito ou realidade?” e “Alterações climáticas: Qual o contributo da inovação e da investigação?” (com apresentação de vários projectos). Segundo o CNCACSA, neste evento «o sector agroflorestal mostrou como está na liderança da mitigação dos efeitos das alterações climáticas, com aplicação de medidas já concretas, nomeadamente de agricultura de precisão e conhecimentos de biologia para colocar a natureza ao serviço da agricultura, essencial a toda a sociedade».

A entidade refere que «os intervenientes nesta conferência foram unânimes em que é momento de “passar à acção”, porque a segurança alimentar pode ficar em risco», pelo que «é prioritário» trabalhar «a optimização dos recursos hídricos». «Sobre a água, ficou claro que certas regiões estão numa situação de conforto hídrico. No entanto, há outras a passar por enormes dificuldades, nomeadamente o baixo Alentejo e o Algarve. Por isso, urge fazer bom uso da água. Para os presentes no evento, a dessalinização, o aproveitamos das águas residuais e transvases do Norte (com maior abundância) para o Sul são projectos que devem avançar rapidamente», indica a CNCACSA.

A entidade afirma também que «os agricultores mostraram como estão a preparar o futuro, tornando-se mais resilientes perante as mudanças do clima». «O solo e a sua biologia assumem um papel fulcral, permitindo dotar as explorações agrícolas de técnicas que vão colocar a natureza a trabalhar para as produções agrícolas, promovendo a biodiversidade. A agricultura de precisão tem trazido eficiência na utilização da água e dos fitofármacos. As alterações climáticas constituem uma realidade e uma prioridade, face aos seus impactos presentes e futuros sobre os ecossistemas, a economia e a sociedade, como tem ficado bem patente nos últimos anos em vários locais do mundo. Os estudos efectuados indicam que Portugal e a região mediterrânica se encontram entre as zonas europeias com maior exposição e vulnerabilidade aos impactos das alterações climáticas», salienta o CNCACSA.

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