Citricultores do Algarve preocupados com furtos

Os produtores de citrinos estão preocupados com o roubo de fruta. Falam em grupos organizados e lamentam que, apesar de alguns assaltantes já terem sido apanhados, acabam rapidamente em liberdade. Horácio Ferreira, director-geral da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (Cacial) afirma que, em Maio, «numa só noite foram roubadas 10 toneladas de fruta».  «São situações organizadas, pensadas», salientou.

Os empresários já tiveram de contratar empresas de segurança para tentar resolver uma situação que se verifica em todo o Algarve. «Já estamos a pagar vigilância privada, mas dentro de um pomar de citrinos é quase impossível apanhá-los [assaltantes]. Esta situação tem de ser controlada na fronteira, nas vendas ambulantes e junto às estradas», disse Pedro Madeira, da organização de produtores do sotavento algarvio Frusoal.

Apesar de não conseguir quantificar rigorosamente os prejuízos, Pedro Madeira conta que a Frusoal tem uma capacidade anual média de produção de 30.000 toneladas de laranjas e limões e que calcula que tenham sido furtadas mais de 500 toneladas este ano. «Além do roubo que já tínhamos a nível interno, [a situação] agravou-se com o aparecimento de grupos organizados espanhóis que têm estado a passar a fronteira», frisou.

O director regional de Agricultura do Algarve disse que «o roubo de citrinos na região cresceu bastante este ano, o que provocou grandes prejuízos aos produtores». Fernando Severino pormenorizou ainda que «há três grandes grupos identificados. Será do exterior, não sei se de Espanha ou se de outro lado. Internamente existem grupos organizados que têm sido identificados e é aquele pequeno furto normal que sempre existiu».

Pedro Madeira, da Frusoal, adianta que já foram feitas detenções. No entanto, lamente que «a justiça não faça nada». O assaltante, explica, «vai a tribunal e aqui mandam-no para casa, inclusive com os carros onde é apanhada a fruta». O director regional de agricultura e pescas do Algarve explicou à Lusa que perante a situação foi criado um grupo que conta com a colaboração da ASAE, da GNR e dos produtores e foi produzido um plano de acção. «Estão a ser tomadas medidas que pensamos que provocam algum constrangimento»  a quem pretende furtar, disse Fernando Severino adiantando que têm sido feitos controlos de estrada, de fronteira e a ASAE e a GNR estão a trabalhar de forma articulada.

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas pretende conseguir a colaboração das 16 autarquias algarvias para controlar de forma mais eficaz as vendas ambulantes e nas bermas de estradas.

Os furtos nos pomares de citrinos algarvios foi, esta semana, objecto de uma tomada de posição da associação empresarial e sócio-cultural AlgFuturo que propõe a criação de uma unidade de intervenção integrada para desmantelar os grupos organizados e proibir a venda ambulante de citrinos. «É opinião da Algfuturo que se justifica a criação de uma Unidade Regional Integrada de Intervenção, com reforço e coordenação de meios de detecção, dissuasão, captura dos ladrões, investigação e controlo de circulação no Algarve e em cooperação com as autoridades espanholas, mas caberá a quem de direito decidir o modelo operacional que achar melhor», lê-se no comunicado emitido pela AlgFuturo.

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