A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) de Portugal não é mais do que «o somatório de documentos repescados do passado e sem qualquer novidade estratégica». No âmbito do Conselho Consultivo da Região de Trás-os-Montes, que a CAP realizou hoje, 27 de Janeiro, em Vimioso, Luís Mira, secretário-geral da entidade, afirmou que o cenário nesta matéria é «desolador e não corresponde às necessidades da agricultura portuguesa, até porque os agricultores não foram devidamente auscultados relativamente a esta questão».
A análise do PEPAC, que o Governo entregou recentemente à Comissão Europeia, foi um dos pontos deste Conselho Consultivo, que reuniu os dirigentes associativos transmontanos e que contou com a presença do presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, e de Luís Mira, incluindo este ano a participação virtual de todo o Departamento Técnico da confederação. No evento, a CAP apresentou um programa de actividades para 2022, que inclui a retoma de iniciativas como “O Melhor de Portugal em Bruxelas”, a promoção de vinhos em mercados externos – na Rússia, na Ucrânia, no Cazaquistão e em Israel –, a promoção do azeite em Taiwan e no Japão e a organização, em conjunto com a sua congénere espanhola, Asaja, do Congresso Ibérico de Agricultura, na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém (Portugal), e do Farming Biodiversity Summit, em Salamanca (Espanha).
A confederação também irá desenvolver, ao longo de 2022, o projecto PAC4ALL, iniciativa financiada pela Comissão Europeia e comparticipada pela CAP, dirigida a crianças dos seis aos 12 anos e respectivos professores e que visa «esclarecer a população mais jovem sobre a realidade da agricultura portuguesa actual» e «formar e informar a população portuguesa sobre os objectivos e vantagens da Política Agrícola Comum». Também está prevista a realização em Novembro do Conselho de Presidentes da CAP, em Tomar, coincidindo com o aniversário da entidade.
A CAP realça que este programa de actividades para 2022 «procura retomar um conjunto de acções cujo desenvolvimento foi condicionado pela pandemia, assim como promover o conhecimento do sector agrícola por parte da população, particularmente pelos jovens». A ronda de Conselhos Consultivos Regionais da CAP teve início a 10 de Janeiro e deverá concluir-se amanhã, 28 de Janeiro, em Almeida, com o Conselho Consultivo do Centro.
Além do PEPAC, nestes encontros também têm sido abordados temas como o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), a Política Agrícola Comum e as actividades e serviços da CAP e das suas organizações. Na ocasião do conselho que teve lugar em Vimioso, o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Jorge Fidalgo Martins defendeu que o sector agrícola é «determinante em período de pandemia» e é «absolutamente fundamental para o país».