Partilhar conhecimento sobre as culturas e formar os parceiros de negócio é o objectivo da iniciativa Campus Syngenta. Esta acção dedicada à vinha, decorreu a 26 e 27 de Fevereiro, em Viseu, reunindo cerca de 80 participantes. A 28 de Fevereiro, o Campus Syngenta Vinha rumou a Alcácer do Sal, envolvendo 55 pessoas.
O Campus Syngenta é uma iniciativa que decorre em sala, levando os grupos de formandos a percorrer sessões temáticas curtas, dinâmicas e interactivas. Uma das mais-valias destas acções de formação é a participação de especialistas locais, externos à Syngenta, que através do seu conhecimento da realidade e sobre as culturas em causa, enriquecem as sessões, enquadrando os temas em discussão.
O Campus Syngenta Vinha teve como público-alvo a distribuição e os operadores dos pontos de venda Syngenta, de Norte a Sul do país. Os temas em foco foram o míldio, o oídio, o black rot e a flavescência dourada, os problemas fitossanitários de maior relevância na actualidade. A Syngenta apresentou os resultados da sua estratégia de protecção aplicada nos campos demonstrativos em 2012 para as distintas regiões.
A finalizar o evento, Mónica Teixeira, responsável de Assuntos Corporativos da Syngenta, deu a conhecer as novidades da legislação sobre uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos, prestes a entrar em vigor em Portugal e que traz novos desafios para todo o sector agrícola. «A formação é uma prioridade para a Syngenta e, por isso, estamos a investir num alto nível de qualificação dos nossos colaboradores e parceiros de negócio, para que prestem um serviço de excelência aos agricultores portugueses. Os Campus Syngenta são um exemplo do nível de profissionalismo com que a Syngenta encara a área de actividade onde actua», afirma Maria do Carmo Pereira, responsável de Marketing da Syngenta em Portugal.
A visão dos especialistas
Black rot
Madalena Neves, técnica da Estação de Avisos da Bairrada, falou sobre os sintomas e evolução do black rot nesta região vitivinícola: «o ano de 2012 foi relativamente calmo, os sintomas de black rot começaram por se manifestar nas folhas, pâmpanos e ráquis das videiras, no início de Maio, mas após meados do mês as condições climáticas não foram propícias ao desenvolvimento da doença. Constatámos que a adoção de uma estratégia integrada e conjunta das doenças da vinha, com início logo ao estado fenológico D-F (saída das folhas- cachos visíveis), se revelou muito positiva no controlo do black rot». A técnica da Estação de Avisos da Bairrada, que acompanhou o campo demonstrativo da Syngenta nesta região, conclui que «a gama e o posicionamento dos produtos Syngenta se apresentaram eficazes no controlo do black rot, não se tendo observado sintomas da doença na vinha».
Flavescência dourada
Anabela Andrade, também técnica da Estação de Avisos da Bairrada, fez o ponto de situação sobre a flavescência dourada, virose presente no Norte e Centro do país: «quer em 2011, quer em 2012, não houve registo de quaisquer resultados positivos de flavescência dourada nas vinhas da região vitivinícola do Centro. Dir-se-ia, pois, que a doença está sob controlo, para o que muito tem contribuído a intensificação dos trabalhos de prospeção do fitoplasma causal e, sobretudo, dos de prospeção do insecto vector, o Scaphoideus titanus Ball. A esta intensificação de prospeção há que associar o papel fulcral do SNAA que, através das Estações de Avisos locais, emite recomendações de tratamentos insecticidas e de medidas preventivas contra o vector e contra o fitoplasma da doença».
O Ministério da Agricultura apresentou em Janeiro passado um Plano de Acção Nacional para controlo da flavescência dourada, que visa garantir a sanidade dos materiais vitícolas, a contenção da dispersão do insecto vector e a erradicação do fitoplasma da flavescência dourada. «É um programa exaustivo e exigente, que envolve todos os intervenientes na fileira», descreve Anabela Neves. No que respeita à estratégia Syngenta de protecção da vinha contra esta virose, Anabela Neves considera que «sempre em articulação estreita com as recomendações das Estações de Avisos locais, o Actara tem um excelente contributo na erradicação da flavescência dourada, ao reduzir a dispersão de ninfas e de adultos do insecto vector Scaphoideus titanus Ball. Mais, a possibilidade de duas utilizações é uma mais-valia, atendendo às sentidas necessidades/recomendações de efectuar dois tratamentos contra o vector, na Região Centro, o primeiro deles ao aparecimento dos primeiros pré-alados ou adultos».
Míldio e oídio
João Garrido, especialista da Estação Vitivinícola Amândio Galhano, apresentou a panorâmica do míldio e do oídio na região do Minho. «Embora o míldio se tenha manifestado em 2012, não atingiu todavia uma grande pressão. O oídio, por seu turno, acabou por aparecer com alguma importância, essencialmente na parte final do ciclo vegetativo, o que deixa antever que poderá vir a ser um problema mais sério que o habitual nas próximas campanhas», disse. Quanto à estratégia Syngenta aplicada nos campos de demonstração, este técnico considera que se revelou adequada, «na medida em que permitiu uma perfeita proteção das vinhas, salvaguardando a produção nascida e possibilitando um estado sanitário à vindima excelente».
João Garrido elogia a organização do Campus Syngenta Vinha: «foi muito bem organizado. A comunicação foi muito directa e bem focada. O local muito simpático, bem como o modelo de rotação para as apresentações, criando maior proximidade entre todos os intervenientes. O ambiente foi excelente. Por tudo, o meu reconhecimento e parabéns pelo evento». Anabela Neves classifica o Campus Syngenta Vinha como uma «acção deveras valiosa», destacando «o cariz prático e pedagógico que comporta: acaba por articular de forma natural aspectos sanitários e fisiológicos da cultura, sendo realizada em pleno ciclo vegetativo da videira».
Fonte: Syngenta