Ainda não foi detectada em Portugal, mas os olivicultores do Alentejo manifestam-se muito preocupados com a propagação da bactéria xylella fastidiosa, que destrói árvores como a oliveira e que já está em Espanha.
Em declarações à Lusa, Henrique Herculano, director técnico do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), que congrega cerca de 50% da produção de azeite da região, alerta: «Com certeza que é um motivo de preocupação, mas não me parece que haja já um estado geral de alerta extremo.» Porém, devido à evolução que tem tido, não só em Espanha como antes, em Itália, afirma que «é mais do que justificada a preocupação».
«Até porque ainda não existe cura para a doença, que é extremamente difícil de controlar», devido ao «espectro alargado de plantas que podem servir de hospedeiras ao mosquito» que transmite a bactéria, explicou.
Apesar de não haver alarmismo, Filipe Cameirinha Ramos, produtor e membro da Direcção da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul, afirma existir sim uma grande «preocupação». E garante: «Andamos a acompanhar a evolução da xylella fastidiosa e, actualmente, ainda não foi identificado nenhum foco em Portugal, mas sabemos que a bactéria já chegou a Espanha e é uma questão de tempo até chegar» ao nosso País. «Temos de estar preocupados e adoptar medidas de contingência», alerta o mesmo responsável.