Portugal registou, em 2017, um valor recorde de produção de azeite, tendo atingido as 125 mil toneladas, mais 80% face ao ano anterior.
No espaço de uma década, o País passou do défice crónico da balança comercial para uma situação de superavit que atingiu os 150 milhões de euros.
A estes dados, junta-se informação qualitativa, que dá conta de um processo de crescimento sustentável do sector, assente numa base de elevada competitividade e de excelente qualidade.
Estes dados ilustram o panorama nacional do desempenho da fileira do azeite, mas se o enfoque se situar no Alentejo, a informação revela que nos últimos 15 anos a região quintuplicou a sua produção, tendo registado um aumento de 25% da área de olival.
Esta evolução transformou esta cultura numa alavanca imprescindível ao desenvolvimento económico do Sul do País, geradora de emprego e dinamizadora da realidade empresarial.
Tendo em conta a importância da produção de azeite no Alentejo, e a sua dimensão, foi levada a cabo, por técnicos do Ministério da Agricultura, uma avaliação dos possíveis efeitos ambientais desta cultura, tendo-se concluído que «o olival intensivo não promove mais pressões ambientais do que outras culturas regadas com expressão determinante no Alentejo. Inclusive os indicadores compulsados apontam-na como das menos potenciadoras de impactos negativos no solo».
Não obstante a informação obtida, o ministro da Agricultura determinou que o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária promova um estudo mais aprofundado de avaliação comparativa dos diversos tipos de exploração de olival, bem como a apresentação de conclusões e de eventuais recomendações tendentes a mitigar impactos negativos que possam vir a ser detectados.
Dos 3 milhões de hectares que constituem a região do Alentejo, apenas 165 mil estão ocupados por olival, sendo que as áreas de olival intensivo e superintensivo representam 38 mil hectares. Ou seja, 1,25% do total.
Face a estes dados, o Governo entende ser «incompreensível o discurso alarmista que alguns autarcas do Baixo Alentejo têm vindo a adoptar relativamente à cultura do olival e à produção de azeite na região, que muito têm contribuído para a dinamização sócio-económica da região e para o combate ao desemprego».