Durante um encontro a 26 de Junho, para assinalar os 80 anos da semente certificada em Portugal, os 75 anos do melhoramento vegetal e os 35 anos da Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes (Anseme), a associação pediu que se aposte na produção e utilização de semente certificada nacional.
«O sector das sementes em Portugal está dinâmico, responde aos seus compromissos e encara os desafios, mas é preciso manter e reforçar o melhoramento vegetal com objectivos claros para reduzir a nossa dependência do exterior, respondendo às exigências de qualidade do mercado e aos desafios das alterações climáticas», declarou António Sevinate Pinto, presidente da Anseme.
Ao pode político cabe adoptar «políticas públicas que incentivem a produção e a utilização de semente nacional certificada».
Segundo a Anseme, o valor do mercado das sementes em Portugal ascende a 95 milhões de euros por ano, ou seja, 1,3% do mercado europeu. Contudo, grande parte deste valor fica fora do País. No caso do milho, onde ainda se importa mais de metade da semente, estima-se que o valor pago em direitos de utilização e compra de variedades estrangeiras ronda os 30 milhões de euros por ano.
A Associação Nacional dos Produtores de Cereais (Anpoc), presente no evento, falou dos benefícios da semente certificada, importante por garantir identidade varietal, grau de pureza e germinação elevados e isenção de pragas e doenças. «O uso de semente certificada é um passo muito importante, bem como o uso de variedades melhoradas definidas em concertação por toda a fileira (melhorador, agricultor e indústria)», defendeu José Maria Rasquilha, director da Anpoc.
O evento, que teve lugar no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, foi organizado pela Anseme, a Direcção-geral de Alimentação e Veterinária e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
Foto: António Sevinate Pinto, presidente da Anseme