A União Europeia (UE), maior exportador de trigo a nível mundial, tem visto a sua produção prejudicada devido às alterações climáticas que se têm registado ao longo dos anos. Quem o diz são investigadores da Universidade de Stanford, que identificaram os factores mais influentes nas mudanças na produção de trigo europeia.
Apesar de dominar a produção de trigo, a UE é também a região do mundo onde a produção mais abrandou. Frances C. Moore e David B. Lobell, autores do estudo: «A pegada das alterações climáticas nas colheitas europeias» revelam que estas são responsáveis por 10% desse abrandamento.
Outro dos factores responsáveis pelo enfraquecimento da produção, apontado pelos autores, tem a ver com a aplicação de políticas europeias. Os autores dão como exemplos o facto de os subsídios já não serem definidos tendo como base a produtividade, ou as oposições de Bruxelas ao uso de determinados fertilizantes.
O estudo foi realizado através da análise estatística da temperatura e tendências de precipitação no período compreendido entre 1989 e 2009.
Para além disso, os produtores europeus serão, este ano, afectados pela pressão a que o preço do trigo estará sujeito. Dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla inglesa), revelam que os Estados Unidos produzirão 26,5 milhões de toneladas, durante este ano. A oferta proveniente da Europa e as perspectivas de os países, tradicionalmente importadores, como o Irão, Argélia e Marrocos terem, agora, uma produção significativa, contribuirão para um possível estrangulamento do preço do trigo.