A agricultura de precisão não é tecnologia, é obter informação e usá-la a favor da cultura. Esta foi a principal mensagem deixada por Ricardo Braga, professor do Instituto Superior de Agronomia, no decorrer do Congresso Nacional do Azeite, que aconteceu em 13 de Maio, em Moura.
Há algumas culturas em Portugal que utilizam diariamente a tecnologia ⎼ como sondas, drones, softwares de gestão ⎼ para tomar decisões, na «olivicultura estamos ainda no início», comentou Ricardo Braga.
O professor descreveu que «agricultura de precisão é a utilização de dados para melhorar a produção». Este é o caminho a seguir, ou seja, «profissionalizar cada vez mais a tomada de decisão».
Francisco Mondragão Rodrigues sublinhou que a inovação traz «redução de custos, melhorias ambientais e melhores produtividades». O professor na Escola Superior Agrária de Elvas concluiu mesmo que «na próxima década a olivicultura será feita com precisão» e os que não caminharem nesse sentido perderão competitividade.
O regadio é hoje uma realidade em quase todo o Baixo Alentejo, mas há ainda muitos agricultores que não sabe usar correctamente o seu sistema rega. A mensagem foi deixada por Gonçalo Rodrigues, do Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR). «Muitas vezes o olivicultor não conhece o seu sistema de rega e é importante que o conheça de montante a jusante.»
Gonçalo Rodrigues alertou que «não somos rentáveis, se não formos eficientes» e essa eficiência consegue-se «sabendo quando, quanto e onde regar».
O onde é advérbio importante na questão da agricultura de precisão porque uma das chaves no uso da tecnologia para obter informação é perceber que a cultura não é homogénea e as parcelas tem necessidades diferentes.
O Congresso Nacional do Azeite foi organizado pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, em parceria com a Câmara Municipal de Moura.
