A flor, símbolo da liberdade

Há 42 anos, um flor ficou eternamente ligada à história de Portugal. Falar da revolução militar do 25 de Abril, é sinónimo de cravos. De tal forma esta ligação ficou traçada que há mesmo quem se refira ao 25 de Abril de 1974 como a Revolução dos Cravos.

A flor é símbolo da liberdade.

A Associação 25 de Abril explica a história do cravo no dia em que a democracia ganhou vida em Portugal.

«Quanto à origem do cravo vermelho, pode afirmar-se que tem duas explicações:

  • Em primeiro lugar, convém ter presente que o cravo vermelho era, à data, talvez a flor mais barata e popular. Ora acontece que, nesse dia, 25 de Abril de 1974, havia um restaurante na Rua Braancamp, em Lisboa, que celebrava o seu primeiro aniversário. O proprietário comprara cravos vermelhos – a tal flor que juntava o barato e o popular – para oferecer nesse dia às clientes. Como houve a acção militar, o restaurante não funcionou e o proprietário disse aos seus trabalhadores que podiam levar os cravos com eles. Uma das trabalhadoras, chamada Celeste, decidiu levar um molho de cravos para casa. Ao começar a descer a Avenida da Liberdade, deparou com a população a oferecer bebidas, sandes, tabaco, aos soldados que ali estavam ou passavam. Tomou, então, a iniciativa de lhes oferecer os cravos, dizendo “desculpem, mas não tenho mais nada para vos oferecer”. Os soldados recebiam os cravos e, não sabendo onde os colocar, decidiram enfiá-los nos canos das espingardas.
  • Outra explicação, certamente coincidente: no Rossio, havia várias vendedoras de flores que, quando os militares aí passaram, vindos do Terreiro do Paço, os vitoriaram e lhes ofereceram as flores que estavam a vender, nomeadamente as tais mais baratas e populares, os já referidos cravos vermelhos. O resto foi igual: os militares colocaram-nos na “boca” das espingardas.

E assim nasceu um dos principais, senão mesmo o principal símbolo da Revolução dos Cravos, o cravo vermelho. Que, no dia 26 de Abril, é já a flor (também porque era barata e popular) que os familiares e amigos dos presos políticos lhes levaram a Caxias e lhes ofereceram, quando da sua libertação. Que eles, de imediato, oferecem aos militares que ali estão, que os recebem e colocam nas espingardas. Curiosamente, dir-lhe-ei que, mais tarde, descobrimos que na crise vivida em Lisboa entre 1383 e 1385, o símbolo do povo da capital, que esteve na base da derrota infligida aos castelhanos, foi um cravo branco.

Vasco Lourenço»

Fotografia: Florineve

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Email

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Notícias Recentes

Alqueva
EDIA disponibiliza Anuário Agrícola de Alqueva de 2023
4a
Grow Field Days promove visitas de campo com foco no microbioma do solo
fig-972271_1280
Workshop “Figos para o Futuro: capacitar os pequenos produtores através do desenvolvimento de novos modelos de negócio”

Notícias relacionadas

Alqueva
EDIA disponibiliza Anuário Agrícola de Alqueva de 2023
A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA) disponibilizou...
4a
Grow Field Days promove visitas de campo com foco no microbioma do solo
No âmbito da iniciativa “Grow Field Days”, com o mote “De agricultor para agricultor!”,...
fig-972271_1280
Workshop “Figos para o Futuro: capacitar os pequenos produtores através do desenvolvimento de novos modelos de negócio”
O projecto InovFarmer.MED apresenta o seu primeiro workshop, focado na cadeia...
FLF 250_entrevista_porbatata
«Tem de haver uma maior partilha de risco»
As perpespectivas para a campanha, os problemas com a batata de semente e o...